Berlocq surpreende Berdych e sagra-se campeão

O argentino Carlos Berlocq, número 62 do ranking mundial, sagrou-se hoje campeão da 25ª edição do Portugal Open. O tenista argentino de 31 anos encerrou da melhor forma uma semana perfeita, superiorizando-se ao checo Tomas Berdych, número seis mundial e primeiro pré-designado da prova, pelos parciais de 0-6 7-5 6-1, em duas horas e nove minutos de encontro.

“É uma semana perfeita. É o meu segundo título e ganhar a dois top-10 no mesmo torneio faz com que seja ainda mais especial. Foi um sonho cumprido”, afirmou o sucessor de Stanislas Wawrinka. “Sou bastante exigente e não sei se joguei o meu melhor ténis. Penso que o factor psicológico foi fundamental esta semana. Hoje pensei em competir e não no nível a que estava a jogar. O mais importante foi a estabilidade emocional”, frisou.

O primeiro set foi de sentido único, com Berdych a impor o seu ténis mais possante perante um Berlocq algo nervoso e sem conseguir contrariar a agressividade do seu adversário. Apesar do mau início, o tenista argentino conseguiu recompor-se e aproveitou alguns erros não-forçados de Berdych para se adiantar para 2-0 no segundo set. À medida que as trocas de bola se iam prolongando, notou-se um crescente desconforto em Berdych, mas o checo ainda conseguiria recuperar até ao 5-4 e colocar-se a dois pontos da vitória.

“O primeiro set pode ter parecido fácil, mas não foi tanto assim. Acho que o Carlos não encontrou a melhor maneira de jogar, mas ele é muito lutador e mudou completamente a forma de jogar nos sets seguintes”, afirmou Berdych. Uma opinião partilhada pelo argentino:“Já não me sentia tão mal num court como me senti no primeiro set há muito tempo. O 6-0 foi muito duro e tinha medo de perder 6-0 6-0. Mas demonstrei que sou forte mentalmente e tenho de estar orgulhoso”, afirmou.

Mesmo na iminência da derrota, Berlocq continuou a mostrar todo o seu espírito competitivo e voltou a quebrar Berdych para de seguida fechar o set e empatar a contenda. Com tudo igualado, o número seis mundial mostrou-se completamente perdido em court durante quase todo o terceiro set, não conseguindo fechar qualquer jogo de serviço. A perder por 0-5, Berdych ainda devolveu um dos breaks, mas acabaria por ceder no seu saque, ao segundo match-point.

Este é o segundo título para Berlocq em três finais disputadas, depois de ter sido finalista vencido em Viña del Mar (2012) e campeão em Bastad (2013). Sobre os títulos tardios na carreira, Berlocq frisou que “todos os jogadores têm os seus tempos”. “O mais importante na minha carreira foi que fui sempre evoluíndo. Fui sempre melhorando, às vezes também recuei, mas senti-me sempre no melhor caminho. Aos 26 anos, fui operado ao pulso e estive um ano sem jogar. foi duro, não sabia se ia regressar. Mas a minha maturidade e pensar que o ténis não é o mais importante ajudou-me”, completou.

Por sua vez, Berdych continua sem ganhar qualquer torneio em terra-batida desde 2009. “É uma superfície muito lenta e existem muitos jogadores especialistas em terra-batida. Quando o court não está perfeito o encontro torna-se mais complicado e por isso é sempre uma superfície que complica um pouco a minha carreira”, confessou o checo.

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